Pó Preto: PF vai buscar provas até no fundo do mar

jan 22, 2016

A próxima etapa da operação da Polícia Federal no combate à poluição do ar e do mar da Grande Vitória será a coleta de areias em praias localizadas na Ilha do Boi e na Curva da Jurema. Locais para onde os policiais acreditam que a correnteza leve parte do minério e do carvão que contaminam o mar.
A Polícia Federal também deve buscar provas no fundo do mar próximo à esteira transportadora de minério de ferro da Vale, no Porto de Tubarão. As informações coletadas vão se colocadas em um laudo técnico anexado ao inquérito policial.
Os diretores da mineradora Vale e também os da ArcelorMittal, que durante um tempo também operou no complexo de Tubarão, deverão ser ouvidos na próxima semana.
Interdição
Na Justiça Federal a mineradora Vale e a ArcelorMittal estão sendo acusadas pelo Ministério Público Estadual de crime ambiental por permitir de minério de ferro e carvão sejam jogados no mar e no ar de Grande Vitória. Vídeos gravados pela Polícia Federal mostram grande quantidade de material caindo de uma esteira direto do mar. Por causa dessa contaminação a Justiça determinou a paralisação das atividades do Complexo de Tubarão – administrado pela Vale –, que envolvam minério de ferro e carvão. A interdição ocorreu nesta quinta-feira (21) e é por tempo indeterminado.
As duas empresas também foram multadas pela Prefeitura de Vitória em R$ 34 milhões, cada.
O que diz a Vale
A Vale informou através de nota “que vem atuando e investindo continuamente em seus sistemas de controle ambiental. Entre 2007 e 2014, como parte do Termo de Compromisso Ambiental (TCA) assinado com o Iema, o Ministério Público e a Associação de Moradores da Grande Vitória, a empresa realizou um investimento de R$ 800 milhões que equipou todo o sistema produtivo do Complexo de Tubarão – desde a chegada do minério ate o embarque nos navios – com as mais modernas tecnologias de controle ambiental. Até 2020, a Vale terá investido aproximadamente R$ 1 bilhão em medidas de controle ambiental em suas operações no Complexo de Tubarão, somando os valores investidos nos últimos anos.”
A empresa diz ainda que as atividades dela “são fiscalizadas rotineiramente pelos órgãos ambientais do Espirito Santo. Entretanto, é necessária uma ação conjunta de todos os responsáveis pelas diferentes fontes de poeira para que haja uma melhor percepção da melhoria na qualidade do ar da região da Grande Vitória.”
Argumenta que a interdição traz “insegurança jurídica para todo o meio empresarial e que certamente diminuirá a competitividade do Estado na atração de novos investimentos.”