O dia dos namorados é considerada a terceira melhor data comemorativa para o comércio varejista, mesmo assim, as vendas para o mês de junho deverão registrar desempenho negativo.
O volume das vendas do varejo para o mês de junho deverá registrar recuo de -7,5% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo estimativa da Federação do Comércio do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES). O mês, que contempla a terceira mais importante data comemorativa para o comércio, ainda sofre os efeitos da crise na economia.
De acordo com o presidente da entidade, José Lino Sepulcri, fatores inerentes à crise econômica impedem uma pronta recuperação do comércio capixaba. “O aumento do desemprego reflete na queda de confiança dos consumidores que, sem capital, não conseguem recorrer ao crédito por conta da sua elevação. Isto têm dificultado a recuperação das vendas nos últimos meses. Mas, recorrermos ao sentimentalismo dos casais para a data, numa expectativa de para driblar esse cenário”, afirma.
O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Cariacica, José Antônio Pupim, acredita numa melhora das vendas, também em função do apelo da data. “A primeira semana de junho foi melhor para o comércio e já é possível perceber uma movimentação dos comerciantes em geral para atrair o seu público-alvo. Nossa expectativa é de, pelo menos, manter o mesmo volume de vendas em relação ao mesmo período do ano passado”, diz.
Já no interior do Estado parece não haver motivos para comemoração. Audenir Gomieri é presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio e do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de São Gabriel da Palha, Vila Valério, Águia Branca e São Domingos do Norte e percebe muitas dificuldades nos municípios interioranos. “Não temos boas perspectivas. Estamos repletos de ‘cidades-fantasma’. Converso diariamente com lojistas que relatam passar dias sem vender um produto. Dependemos muito do café, que não tem vingado neste ano, em função da estiagem. O panorama geral é crítico”, lamenta.
Nacional
No Brasil, a expectativa é de que o volume de vendas deverá registrar queda de -8,5% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Confirmada a expectativa, este será o pior resultado da série histórica, iniciada em 2004. Deverá movimentar R$ 1,8 bilhão.
Os brasileiros irão poupar dinheiro na hora de comprar presente para o Dia dos Namorados. Os gastos neste ano devem ser 16,84% menor que em relação a 2015. É o que mostra um levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais.
Em média, o valor desembolsado para o presente será de R$137,48. A principal justificativa entre os entrevistados que admitiram diminuir os gastos foi a necessidade de economizar dinheiro (19,2%), seguida pelo fato de estarem em uma situação que julgam ruim (16,6%). Inflação elevada e instabilidade econômica (15%) e endividamento (14,4%) também foram lembrados.
As roupas aparecem como a principal escolha para presentear os namorados de 34,3% dos entrevistados, seguido por perfumes e cosméticos (24,9%), calçados (12,5%), jantares (11,3%) e chocolates (8,8%).