O Cardeal Dom Orani Tempesta fez questão de saudar os fiéis de Nossa Senhora da Penha. Falou da importância de Maria nesses tempos difíceis e como ela pode nos ajudar a encontrar um rumo para nossas vidas.
A 445a. Festa da Penha terminou nesta segunda, com a missa na Prainha, em Vila Velha.
Mensagem de paz e perdão no final da Festa
Depois de oito dias de muita devoção e celebrações, terminou nesta segunda-feira, 4 de abril, a 445ª Festa da Penha. Esta grande homenagem a Nossa Senhora da Penha, a Padroeira do Espírito Santo, terminou em sintonia com o tema escolhido para este ano: “Maria, Mãe e Porta da Misericórdia”.
Às 15h30, o guardião do Convento da Penha, Frei Valdecir Schwambach, começou a preparar o povo para receber a imagem de Nossa Senhora que foi carregada por um grupo de marinheiros no meio da multidão, calculada em cerca de 80 mil pessoas.
Logo em seguida, uma procissão cruzou a multidão trazendo os acólitos, os seminaristas e diáconos, os sacerdotes e os bispos Dom Rubens Sevilha, bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória; Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, bispo de Colatina; e Dom Paulo Dalbó, bispo de São Mateus. Dom Luiz Mancilha Vilela, arcebispo de Vitória, presidiu a celebração e voltou a pedir menos ódio, vingança, paz e perdão, especialmente neste momento delicado do país.
Na feliz coincidência da liturgia, que celebra hoje a Anunciação do Senhor, a dona da Festa ganhou todas as referências. Segundo Dom Luiz, ao citar o Evangelho da anunciação do anjo, disse que Deus pede emprestada a humanidade de Maria para fazer-se próximo de nós. “Deus quis fazer-se próximo de você, de mim, de nós. Deus conosco. Depois ela disse: ‘Faça-se em mim segundo a sua Palavra. Eu sou a serva do Senhor’. Nós temos que olhar Maria e dizer: ‘Faça-se em mim segundo a tua Palavra’. Sei que muita gente está sofrendo, há muita angústia, mas eu tenho certeza que vai dar tudo certo, porque Deus não se engana. Deus é fiel, Deus é amor, Ele se fez próximo de nós”, acrescentou.
Segundo D. Luiz, no diálogo com o anjo, Maria ouviu: ‘Para Deus nada é impossível’. E ela acreditou na Palavra de Deus e sai correndo para visitar a sua prima Isabel, aquela que era considerada estéril e já estava grávida há seis meses.
“Hoje, nós somos missionários. Temos de pensar nos outros. Sair de nós mesmos. Somos gente de saída, como diz o Papa Francisco. Sair para ajudar o outro. E este sair de nós mesmos, lembra o tema de nossa festa: ‘Maria, Mãe e Porta da Misericórdia’. Ela acolheu Jesus e veio trazer a misericórdia para nós, Jesus. Ele é a misericórdia do Pai. Ele veio para trazer o perdão, a paz de que tanto necessitamos. Maria é a Porta e está convidando cada um de nós a entrar pela porta dela e entrar pelo coração misericordioso de Jesus. Esta é a experiência do perdão, da misericórdia, que vai fazer com que nós saíamos correndo para ajudar o próximo, aquele que necessita de um gesto de misericórdia”, enfatizou.
O arcebispo pediu para que sejamos transmissores da paz e do perdão. “Nossa sociedade está cheia de ódio. Nossa missão é de paz, de perdão, longe de nós o ódio, longe de nós a desavença, longe de nós a vingança. Conosco só gestos de amor e perdão. A sociedade só será transformada se nós formos bons transmissores do perdão de Deus. A nossa bandeira não é a bandeira de ódio, é a bandeira de paz, é a bandeira de amor, é a bandeira do perdão. Isso que é importante para todos nós, para nossa família. Nossa Senhora quer isso, Jesus quer que façamos a paz. Só o amor constrói”, insistiu pedindo que as pessoas dissessem para o companheiro do lado “Cristo te ama”.
A DESPEDIDA DE FREI VALDECIR
Depois da comunhão, Ana Maria Lemos, em nome da Comissão da Festa, chamou Frei Valdecir à frente e lhe disse palavras de agradecimento e carinho pelos nove anos em que esteve à frente do Convento da Penha como guardião.
Frei Valdecir disse que estava quase sem palavras e agradeceu Ana Maria e a todos pela boa acolhida que teve em terras capixabas. “Esta é a 445ª festa que o povo capixaba celebra desde os primórdios louvores à Mãe da Penha, a Virgem das Alegrias, a Nossa Senhora da Penha. Então, durante nove anos eu pude fazer parte desta festa de vocês, que, com certeza, usam para levar os louvores a Deus através da intercessão da Mãe Santíssima. O que eu posso dizer é muito obrigado por toda a acolhida que vocês me deram desde o primeiro dia que aqui cheguei. Muito obrigado”, disse Frei Valdecir.
Em seguida, ele agradeceu, em nome da Comissão da Festa, ao governo do Estado do Espírito Santo, aos governos de Vila Velha, Cariacica, Vitória, ao Banestes, a Vale, ao Instituto Sincades, ao Exército Brasileiro, ao Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a Marinha do Brasil.
“Também preciso agradecer a Associação dos Amigos do Convento da Penha, os voluntários e voluntárias, não só de dias, mas de meses a fio, que fizeram um trabalho discreto, quase não apareceram, mas um trabalho que merece as nossas palmas”, pediu.
Frei Valdecir também agradeceu aos seus confrades do Regional no Espírito Santo e da Província, que vieram ajudar na festa. “Também quero agradecer aos meios de comunicação, às rádios América e Espírito Santo, Alternativa e TV Aribiri. Muito obrigado e até o ano que vem”, disse.
A ACOLHIDA DE FREI PAULO
Dom Luiz agradeceu a Frei Valdecir e à família franciscana. “Nosso muito obrigado por todo o serviço que vocês fazem e pelo belo testemunho que dão”, disse.
Depois pediu a presença de Frei Paulo Pereira, que foi escolhido pela Província Franciscana para ser o novo guardião do Convento da Penha. “Por favor, Frei Paulo está aqui? Vou quebrar o protocolo: “Chega aqui, Frei Paulo!”. E se dirigindo ao povo, disse: “Olha a cara dele. Me falaram que ele vai ser o futuro guardião”.
Frei Paulo se apresentou pela primeira vez para a multidão: “Na nossa espiritualidade franciscana tem a figura do guardião e só existe o guardião porque existe a fraternidade. Então, a Fraternidade franciscana está a serviço deste povo. Paz e bem!”
Dom Luiz desejou boas vindas a Frei Paulo. A Festa da Penha terminou com o show de Pe. Juarez de Castro.