GVNews Entrevista trata da Sepse. Conhecida antigamente como Septicemia ou Infecção Generalizada, ela é uma síndrome que mata metade dos pacientes infectados e atinge 400 mil pessoas todos os anos no Brasil. A conversa é com a médica Eliana Caser, Coordenadora da UTI do Hospital da Unimed e Professora da UFES. A Dra. Eliana explica que a Sepse é uma emergência médica e grave problema de saúde no Brasil. Ela diz que a Sepse mata mais do que o Câncer, a AIDS e o Infarto Agudo do Miocárdio e que no Brasil, além da alta incidência, temos também um das mais altas taxas de mortalidade do mundo, especialmente por causa de problemas no sistema de saúde e de saneamento básico.
Dia 13 de setembro é o Dia Mundial de Combate à Sepse, e de acordo com o Instituto Latino Americano da Sepse, a síndrome é um conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção. A sepse era conhecida antigamente como septicemia ou infecção no sangue. Hoje é mais conhecida como infecção generalizada.
Na verdade, não é a infecção que está em todos os locais do organismo. Por vezes, a infecção pode estar localizada em apenas um órgão, como por exemplo, o pulmão, mas provoca em todo o organismo uma resposta com inflamação numa tentativa de combater o agente da infecção. Essa inflamação pode vir a comprometer o funcionamento de vários dos órgãos do paciente.
Por isso, o paciente pode não suportar e vir a falecer. Esse quadro é conhecido como disfunção ou falência de múltiplos órgãos. É responsável por 25% da ocupação de leitos em UTIs no Brasil. Atualmente a sepse é a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, superando o infarto do miocárdio e o câncer. Tem alta mortalidade no país, chegando a 65% dos casos, enquanto a média mundial está em torno de 30-40%. Segundo um levantamento feito pelo estudo mundial conhecido como Progress, a mortalidade da sepse no Brasil é maior que a de países como Índia e a Argentina.
A doença é a principal geradora de custos nos setores público e privado. Isto é devido a necessidade de utilizar equipamentos sofisticados, medicamentos caros e exigir muito trabalho da equipe médica. Em 2003 aconteceram 398.000 casos e 227.000 mortes por choque séptico no Brasil com destinação de cerca de R$ 17,34 bilhões ao tratamento.