CREA-ES acompanha desabamento no Grand Parc e orienta sobre fiscalizações

jul 21, 2016

Engenheiros e arquitetos pedem mudança na legislação para tornar obrigatória a inspeção periódica dos empreendimentos e, desse modo, melhorar a segurança.  Acreditam que com isso consigam identificar a tempo problemas como os que causaram a queda da área de lazer do condomínio Grand Parc, na Praia do Suá, em Vitória.

Na entrevista, o gerente de fiscalização do CREA-ES, José Adilson de Oliveira, explica que ainda é cedo para saber o que aconteceu no Grand Parc.  Mas que, do ponto de vista do Conselho, a obra foi regular. Ele informa que 32 ART’s (Anotações de Responsabilidade Técnica) foram identificadas no CREA com relação à obra do Grand Parc. Cada ART diz quem é o profissional que se responsabiliza por que parte da obra. Desse modo, após o fim da perícia, caso seja identificado algum erro, será possível saber qual o profissional responsável.

Atualmente, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (CREA-ES) fiscaliza apenas o exercício da profissão em obras realizadas no estado. Entretanto, não tem poder para impedir a continuidade delas mesmo na falta de profissionais que se responsabilizem pela construção.  As interdições estão a cargo das prefeituras.

José Adilson explica como funciona a fiscalização e quais são as competências do Conselho e pede mais integração dos órgãos para garantir segurança nas construções realizadas também nas áreas mais carentes das cidades. Alerta que há recursos federais para garantir que moradores de regiões carentes tenham acesso a engenheiros e arquitetos, mas que não há preocupação das prefeituras em efetivar serviços nessa direção.

Gran Parc

A área externa do Condomínio Grand Parc desabou na madrugada de terça feira, matando o porteiro Djair das Neves e ferindo quatro pessoas. A área de lazer, com piscinas, quadras de esportes e guaritas desabou sobre dois andares de garagens soterrando também dezenas de veículos. 160 famílias tiveram que deixar seus apartamentos nas três torres do empreendimento – duas com 29 andares e uma com 30 andares. Elas estão em hotéis e na casa de parentes e não têm previsão que quando poderão voltar para seus imóveis, avaliados em, pelo menos, R$ 1 milhão. Todo o condomínio está interditado. A Polícia Civil investiga o caso.