Crise Hídrica no ES é cíclica e estado precisa estar preparado, diz pesquisador da UFES – GVNEWS – A TV DA GRANDE VITÓRIA

dez 8, 2016

A chuva voltou a cair e muita gente já esqueceu que há poucas semanas não havia água suficiente no estado para atender à popuplação. De acordo com o professor da Ufes, Antonio Sérgio Mendonça, essa é uma característica comum aqui no estado. Pouca gente tem consciência que o Espírito Santo sempre viveu períodos de estiagem de tempos em tempos. Ele fez estudos sobre a escassez de água no estado e descobriu períodos secos importantes ao longo da história capixaba. O professor explica em GVNews Entrevista as causas da seca dos últimos anos no ES. Fala da influência dos fenômenos El Ninho e La Ninha na quantidade de chuvas. Engenheiro de Recursos Hídricos, Antônio Sérgio Mendonça, diz que as chuvas nesse período do ano são normais e não resolvem de vez o problema.  Na entrevista ele explica a necessidade de ações governamentais constantes para reverter o desmatamento, criar espaços de reservação de água, discutir novas legislações – inclusive na construção civil e na conscientização da população. Só assim  esses períodos trarão menos danos. GVNews Entrevista vai ao ar todas as quintas na GVNews.

MUNDO

A escassez de água é um problema ambiental cujos impactos tendem a ser cada vez mais graves caso o manejo dos recursos hídricos não seja revisto pelos países. A pecuária, que por vezes contamina rios e lençóis freáticos, contribui de maneira decisiva para a escassez de água, uma vez que de acordo com relatório publicado em 2003 pela FAO, para se produzir 1 kg de carne são consumidos cerca de 15.000 litros de água, enquanto são necessários apenas 1.300 litros para se produzir a mesma quantidade de grãos.

Dentro de alguns anos anos, uma proporção de dois terços da população do mundo deve enfrentar escassez de água, de acordo com a FAO, agência das Nações Unidas para agricultura e alimentação, sediada em Roma. Segundo a FAO, o consumo de água dobrou em relação ao crescimento populacional no último século.  Pouco mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo já não têm acesso a água limpa suficiente para suprir suas necessidades básicas diárias, diz a FAO. Mais de 2,5 bilhões não têm saneamento básico adequado.

A irrigação para cultivos agrícolas atualmente responde por mais de dois terços de toda a água retirada de lagos, rios e reservatórios subterrâneos.

Em várias partes do mundo, agricultores que tentam produzir alimentos suficientes e obter renda também enfrentam estiagens sistemáticas e crescente competição por água.

O que os agricultores têm que fazer, diz a FAO, é armazenar mais água da chuva e reduzir o desperdício ao irrigar suas plantações.

“A comunidade global tem conhecimentos para lidar com a escassez de água. O que é necessário é agir”, afirma a agência das Nações Unidas