A fumaça tem incomodado os moradores da Grande Vitória e chega a alguns bairros da região metropolitana, principalmente à noite. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a área atingida pelo fogo subterrâneo passa dos 200 mil metros quadrados. Moradores da Serra (ES) sofrem com a fumaça, que causa irritação nos olhos e na garganta, e também tem dificuldades para respirar. “Dormir a noite é complicado, todo mundo reclamando. Inclusive na minha casa que é aqui do lado (referindo ao terreno onde a turfa queima), a gente não tá nem conseguindo respirar direito. E mais de 15 dias que está incomodando todo o povo”, contou o líder comunitário do bairro, Marco Carvalho.
O biólogo, Marco Cravo, explicou que o incêndio acontece de forma subterrânea. “Essas áreas de baixadas da região do Espírito Santo que vem desde a região de Piúma, passando por Cariacica e chegando no município da Serra são solos turfosos. A turfa é uma matéria orgânica, é um combustível. Esse fogo está debaixo da terra e vai queimando lentamente por causa da umidade do solo”, falou Cravo.
Quando fugir da fumaça não é uma possibilidade, o jeito é encontrar medidas para diminuir os danos. Sobre a situação, a pneumologista Simone Prezotti recomenda que os moradores das regiões afetadas se hidratem e busquem também ajuda médica para não terem problemas respiratórios. ” O jeito é se hidratar o máximo que puder. Além de lubrificar bastante as narinas, lavar os sulcos com água burricada, gelada ou soro fisiológico, e tentar proteger um pouco mais essa região da garganta”, falou a médica.
De acordo com a médica, as principais doenças causadas pela fumaça são inflamações nas vias respiratórias, como sinusite e bronquite. Ela faz um alerta para casos excepcionais, como de pessoas que já possuem doenças respiratórias. “Quem já é asmático deve se cuidar um pouco mais, quem é fumante também por que são pessoas que já tem problemas nas vias aéreas e superiores. Então essas pessoas tem que ter um pouco mais de cuidado por essas fumaças acabam irritando e também causando infecções secundárias”, explicou a pneumologista.