Vinte e seis municípios capixabas aderiram à campanha nacional contra a hanseníase, verminose e tracoma iniciada neste mês de agosto e que deverá atingir 180 mil estudantes do ensino fundamental, na faixa etária de 05 a 14 anos de idade. No Espírito Santo, 317 casos da doença já foram notificados neste ano, até o último dia 1º. Desses, 11 pacientes são menores de 15 anos.
Além dos 15 municípios capixabas já beneficiados com a ação no ano passado, outros 11 municípios também participam da campanha neste ano. O objetivo é o diagnóstico precoce da doença que causa deformidades e incapacidades se não for tratada precocemente.
Profissionais de saúde e de escolas da rede pública de 26 municípios iniciaram a campanha no dia 04 de agosto com o objetivo de identificar os estudantes que apresentem sinais e sintomas de hanseníase através do método “espelho”, utilizado para o mapeamento das lesões, para posterior confirmação diagnóstica. Também é ofertada dose de medicamento para tratar verminoses, mediante consentimento dos pais. Aqueles que não concordam têm que assinar o termo de recusa.
O método espelho ou autoimagem consiste em um formulário que deverá ser preenchido pelos pais ou responsáveis a respeito de sinais e sintomas sugestivos de hanseníase. O aluno com esses sinais será examinado na escola pelos profissionais de saúde e, se necessário, encaminhado para os serviços de saúde para confirmação do diagnóstico de hanseníase e iniciará o tratamento imediatamente.
É importante que as pessoas procurem o serviço de saúde ao aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se essa mancha apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. O tratamento é gratuito e está disponível nos 78 municípios do Estado.
A campanha também inclui o tracoma no grupo de doenças trabalhadas. Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, atinge geralmente populações mais carentes. A doença está relacionada a baixas condições socioeconômicas e condições precárias de higiene e acesso à água. O tracoma, se não tratado, pode levar à cegueira.
A hanseníase– A Hanseníase ainda é considerada um problema de saúde pública no Brasil. Só no Espírito Santo foram notificados 728 casos no ano passado. Desses, 55 em menores de 15 anos.
– É uma doença infecciosa, causada por uma bactéria (bacilo de Hansen). Atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo. Pode variar de dois a até mais de 10 anos.
– Além de manchas na pele com perda ou alteração de sensibilidade, a hanseníase pode apresentar áreas de pele seca e com falta de suor; sensação de formigamento, dor e choque; fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; diminuição da força muscular; úlceras e nódulos no corpo; entre outros.
– O exame de contatos é uma das principais formas de prevenção. A partir de um caso identificado na família, são adotadas medidas de prevenção entre os demais moradores da casa, já que a transmissão ocorre de pessoa para pessoa. Os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através da tosse, espirro, gotículas da fala e secreções nasais.
– A doença tem cura, o tratamento é gratuito e está disponível nos 78 municípios do Estado, por meio de serviços de referência, com medicações e acompanhamento.