2017: ajustes obrigatórios nas prefeituras

maio 2, 2017

Em Mercados & Negócios, o economista Martinho de Freitas Salomão faz uma análise das dificuldades que os prefeitos, reeleitos e eleitos, terão que enfrentar a partir de 2017. Segundo ele, o cenário é de queda nas receitas, enquanto as despesas resistem em diminuir, especialmente as de pessoal. As transferências vindas dos governos Federal e Estadual estão se reduzindo por causa da crise. Ele diz que atravessar 2017 será muito complicado e há risco real de algumas prefeituras não conseguirem arcar com as folhas de pagamento. Ele orienta que é preciso investir na qualidade dos gastos públicos e na gestão pública para evitar que os mais necessitados sejam, justamente, os mais prejudicados. Lembra que o eleitor-cidadão deve fiscalizar muito de perto e cobrar essa qualidade nos gastos  e na gestão.

Ele diz que mesmo que o Governo Federal consiga realizar o ajuste fiscal da forma desejada,  o resultado para o Espírito Santo vai demorar a chegar e consequentemente os municípios também não vão ver os efeitos rapidamente.

Quanto à possibilidade de aumentar impostos como o IPTU, Martinho Salomão acredita que isso não trará os resultados esperados e pode ser até que “o tiro saia pela culatra” na medida em que a população não tem mais capacidade de suportar aumentos de impostos.

Para ele é preciso seguir pelo caminho do corte dos gastos, especialmente as despesas desnecessárias e usar o gerenciamento das fontes de recursos para que não sobre de um lado e falte de outro.

Quanto à qualidade dos gastos, ele acredita que existam órgãos públicos que não entregam o resultado esperado apesar dos recursos investidos e isso terá que ser analisado neste momento de falta de dinheiro. E alerta que,  apesar do corte nos investimentos ser o mais “fácil e comum”, ele é a medida que mais atinge a população e portanto deve ser evitado ao máximo. E essa análise a partir de 2017 terá que ser feita no dia-a-dia da administração pública. Outra luta é contra a corrupção e a redução dos privilégios.

Martinho diz que “apertando o cinto”, buscando a qualidade nos gastos e mantendo as despesas controladas será possível atravessar o ano e manter os serviços à população. Não será fácil, mas é possível.

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