O SUS oferta atualmente 18 vacinas para a população em diversas faixas etárias, além de vacinas especiais para públicos específicos.
Quanto maior e mais homogênea a cobertura vacinal de uma população, menos chance as pessoas terão de serem acometidas pelas doenças contra as quais estão imunizadas. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta a população para a importância de manter a caderneta de vacinação em dia.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, ressalta que o benefício da vacinação é coletivo, uma vez que as vacinas protegem não só quem foi imunizado, mas indiretamente a todos do mesmo grupo populacional. Segundo ela, do ponto de vista do custo-benefício, a vacinação é a medida que apresenta maior efetividade no controle, na eliminação e na erradicação de doenças.
Danielle Grillo salienta que o Brasil conseguiu um importante impacto na redução de casos e de óbitos por doenças imunopreveníveis (que podem ser prevenidas com vacinação) desde a implantação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em 1973. A poliomielite, por exemplo, que pode levar à morte ou deixar sequelas paralíticas irreversíveis, foi registrada pela última vez no Espírito Santo em 1987, e no Brasil em 1989.
“Apesar de não termos casos de poliomielite no Brasil, continuamos a realizar campanhas de vacinação para que não ocorra a reintrodução da doença em nosso território, uma vez que ela ainda está presente em dez países: Afeganistão, Nigéria, Paquistão, Somália, Guiné Equatorial, Iraque, Camarões, Síria, Etiópia e Israel”, contextualiza.
Graças também à vacinação, o Estado do Espírito Santo não registra casos de tétano neonatal e síndrome da rubéola congênita desde 2002 e está livre de transmissão autóctone (quando a doença é transmitida dentro do território) de sarampo desde o ano 2000, além de ter conseguido reduzir o número de casos de outras doenças, como parotidite (inflamação da glândula parótida), tétano acidental e meningites.
Por isso é importante, segundo Danielle Grillo, que a população mantenha o calendário de vacinação em dia. No Brasil, existe o calendário de vacinação da criança, do adolescente, do adulto e do idoso. E as pessoas podem colaborar para a redução da cadeia de transmissão das doenças mantendo-se imunizadas. “Mãe, pai, irmão e avós vacinados, por exemplo, além de se prevenirem, protegem as crianças, que, pela idade, ainda não receberam o esquema completo das vacinas”, detalha.
Proteção ofertada pelo SUS
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza, atualmente, 18 vacinas para a população em diversas faixas etárias, e também vacinas especiais ofertadas no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais – veja lista abaixo. Além disso, disponibiliza soros e imunoglobulinas.
Ela explica que há diferença entre esses três imunobiológicos. As vacinas são usadas como uma forma de proteção que estimula o organismo a produzir anticorpos contra determinada doença e essa proteção é duradoura. Já o soro e a imunoglobulina fornecem o anticorpo pronto, gerando somente um resultado imediato na proteção da pessoa.
De acordo com Danielle Grillo, das 18 vacinas ofertadas pelo SUS, 15 compõem o Calendário Nacional de Vacinação de rotina (confira no link abaixo) e ficam disponíveis nas unidades básicas de saúde. Já a vacina antirrábica humana é administrada na profilaxia pré e pós-exposição da raiva humana, e as vacinas influenza e pneumocócica 23-valente são disponibilizadas na Campanha Nacional de Vacinação contra gripe e no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais.
Vacinas disponibilizadas pelo SUS e doenças prevenidas
– BCG: protege contra formas graves de tuberculose;
– Hepatite B: protege contra a hepatite B;
– Poliomielite: protege contra a paralisia infantil;
– Pentavalente: protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e haemophilus influenzae tipo B (bactéria que causa meningite);
– Pneumocócica 10-valente: protege contra o pneumococo, bactéria que causa pneumonia e meningite;
– Meningocócica C: protege contra o meningococo C, bactéria que causa meningite;
– Rotavírus: protege contra diarreia e desidratação;
– Tríplice Viral: protege contra sarampo, caxumba e rubéola;
– Tríplice Bacteriana (DTP): protege contra difteria, tétano e coqueluche;
– Tetraviral: imuniza contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora;
– Hepatite A: protege contra a hepatite A.
– HPV: oferece proteção contra o papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18, que causam verrugas genitais, câncer de colo de útero e outros;
– Influenza: imuniza contra três vírus influenza que causam a gripe.
– dT (dupla adulto): protege contra difteria e tétano;
– dTpa: protege contra difteria, tétano e coqueluche (para gestantes e profissionais de saúde de maternidades e UTI neonatais);
– Antirrábica humana: protege contra raiva.
– Febre amarela: protege contra a febre amarela;
– Pneumocócica 23-valente: protege contra 23 sorotipos do pneumococo.
– Além de vacinas especiais no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais.